quarta-feira, 23 de julho de 2008

Programa de Saúde da Família

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Nos últimos dias li 5 textos em que os autores colocam como uma das principais ações para melhorar a saúde no Brasil a expansão do programa de saúde da família.

Revistas de grande circulação à textos acadêmicos enfatizam o mesmo: onde está bem estruturado o programa de saúde da família (PSF) dá ótimos resultados.

Daí eu me lembrei de um texto meu de alguns meses atrás. Acho que vale a pena reproduzi-lo aqui.



Política ao sabor do marketing

Onde é implantado o Programa de Saúde da Família (PSF) é um sucesso.

Simples e de baixo custo.

Leva a saúde ao dia-a-dia das famílias.

Consegue prevenir inúmeras doenças.

Ajuda a difundir educação em saúde.

Facilita os serviços (caros) de vigilância em saúde (controle de epidemias).

Consegue, pelo vínculo com a comunidade que atende, atuar sobre famílias “problemas”.

Imagine uma criança doente que precisa de alguns cuidados e a mãe nem sequer faz a comida da casa.

Problemas como este acabam levando a criança de volta para o hospital, gerando sofrimento e mais custos. Atuando próximos a estas famílias as equipes conseguem mobilizar parentes e vizinhos para cuidar da criança. Ensinam a fazer curativo, dar banho, etc.

Ou seja, estas equipes fazem um trabalho fantástico.

Um trabalho de baixo custo.

Um trabalho que cura e previne.

Só há um problema: como estão incorporadas à rotina da vida das pessoas NÃO rendem votos para os políticos.

As equipes são percebidas pela população como técnicos e atendem a todos independentemente de vereador, prefeito, governador ou presidente.

Foi isto que percebeu o ex-prefeito de SP José Serra. No início até aumentou um pouco as equipes de PSF. O resultado político eleitoral foi pequeno.

Qual a solução dos marketeiros do ex-prefeito e atual governador de SP, José Serra?

Relegar para um segundo plano o PSF, pois não dava “visibilidade”.

O que é relegar para o segundo plano?

Basicamente “esculhambar” com o serviço.

Falta carro para transportar a equipe. Se um membro pede demissão não é reposto imediatamente. Falta equipamento de trabalho. Falta treinamento para a equipe.

Falta, falta, falta.

Como diria um “piadista” é uma “fartura” total. Falta tudo.

Um dos crimes que se faz no Brasil são as políticas públicas não terem continuidade.

Políticas públicas eficientes e bem feitas são destruídas por interesses politiqueiros de quem está sempre em campanha eleitoral.

Boas políticas públicas que tiveram continuidade foram superbem sucedidas.

A vacinação contra poliomielite é um exemplo.

O investimento em pesquisa agropecuária na Embrapa é outro exemplo.

O PSF é tão bem sucedido que o Serra considerou que pegaria muito mal acabar com ele.

O que fez? Resolveu mata-lo por inanição e desorganização.

Me lembro do meu avô falando: “aquele sujeito quer destruir, isto não é nada bom. Ele tem um coração ruim”.

Esta é a política ao nível da dupla Serra / Kassab.

PS: é importante lembrar que metade dos gastos com as equipes de PSF é dinheiro que o governo federal manda para as cidades.



Kassab congela Programa de Saúde da Família Do blog +saúde

São Paulo não ganhou uma única equipe de Programa de Saúde da Família (PSF) e perdeu 6 equipes do Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS) em 2007.

Dados do Relatório de Acompanhamento do Orçamentário e Financeiro da Secretaria Municipal de Saúde de 2006 e 2007 demonstram que a opção preferencial pelas AMAs significou o congelamento no número de equipes de PSF (948) e a redução no número de PACS (de 59 para 53 equipes).

Na campanha de 2004, Serra prometeu que ampliaria o PSF, com no mínimo a duplicação do número de equipes de agentes de saúde, apresentando o PSF e o PACS em sua propaganda de rádio e TV como seus grandes modelos para a saúde. Pura enganação eleitoreira. A partir da opção pelas AMAs, relegou o PSF e o PACS ao esquecimento.

http://www.carlosneder.org.br/blog/


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