quinta-feira, 10 de julho de 2008

Tarso diz que não existem mais "intocáveis" no país e defende uso de algemas

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“O ministro Tarso Genro (Justiça) afirmou nesta terça-feira que a prisão do banqueiro Daniel Dantas, do ex-prefeito de São Paulo Celso Pitta e do investidor Naji Nahas pela Polícia Federal mostra a disposição do governo de punir todos os envolvidos em irregularidades, mesmo que sejam de classes sociais privilegiadas. Tarso disse que a determinação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva é combater a corrupção "independente de suas raízes", mostrando que não há mais "intocáveis" no país.


"As prisões são um sinal para a sociedade que está acostumada a ver somente pobres indo para a cadeia, sendo retirados de camburões de forma indecente, de que isso está mudando. É determinação do presidente da República. O Estado combate a corrupção independente de suas raízes", afirmou.


Apesar das reações contrárias às prisões de indivíduos de classes mais privilegiadas, o ministro disse que "não existem mais intocáveis no país, privilegiados, que não são tocados pela lei". "Isso dá reações, mas temos que encarar com naturalidade."
Gabriela Guerreiro, Folha Online


Nota do Chicão:

Ministro Tarso, conte comigo. Gostei da sua declaração.

Algema neles!

Para todos, de todos os partidos, de todas as cores e de todas as classes sociais.

É isto que o Brasil quer.

Ontem eu recebi o milionésimo email com mensgens de um tal de Reinaldo Azevedo (não é aquele cara que recebia recursos da Nosa Caixa? Em que pé está a investigação?)

Ele apresenta a dona da Daslu como vítima.

Eu pensei: ele tem que defender estas pessoas. Afinal, uma possível condenação dela pode significar um risco maior deste jornalista ir parar na cadeia.

Este é o medo da classe alta e seus coleguinhas: a condenação de um de seus membros pode abrir a porteira para a condenação de vários deles.

Estamos precisando que a justiça nos dê este bom exemplo.

Algemas neles!

Leia abaixo a indignação do Advogado do Dantas (veja que sofrimento...)

"Conversei com o senhor Daniel Dantas numa espécie de parlatório, separado por vidro, através de um telefone, condições muito precárias que não garantem a liberdade de comunicação entre o advogado e seu cliente. Inclusive, havia uma câmera que não sei qual era sua serventia naquele ambiente." Advogado Nélio Machado, que representa Daniel Dantas
Fonte: Brasil Brasil

É isso aí.

Parabéns, ministro. Defenda a continuidade das investigações.

Não deixe a "bancada do Dantas" influenciar nas investigações que continuam.

Para quem não sabe o Dantas tinha (ou tem) vários amigos influentes. Entre eles o governador de São Paulo José Serra (a intimidade entre eles é tanta que até negócios familiares existem ) e o senador do DEM Heráclito Fortes (um dos líderes da oposição).


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Um comentário:

julio disse...

Algema neles

A prisão com algemas, diante das câmaras, do banqueiro Daniel Dantas, do ex-prefeito de São Paulo Celso Pitta e do investidor Naji Nahas, na operação Satiagraha, da Polícia Federal, gerou fortes críticas de autoridades nacionais. Por que quando um cidadão pobre é pego em irregularidade, nenhuma voz importante da República se levanta para condenar os métodos da Polícia Federal? Por quê? Os direitos e as garantias individuais não são iguais para todos, ou continua a prevalecer aquela velha e surrada máxima elitista de que aos ricos o paraíso, e aos pobres o inferno?

Qual foi a truculência ou exibicionismo da Polícia, não fosse a imprensa, no seu sagrado papel informativo, ter divulgado as imagens? Ali, algemados, não estavam pessoas inocentes, mas safados e ladrões da República, que continuavam soltos graças a seus status sociais de ter dinheiro para pagar bancas advocatícias especializadas em defender larápios requintados e à leniência de nossas leis, de ministros de nossos tribunais e de outras autoridades do Congresso, que costumam sair em defesa desses energúmenos e pilantras. O ministro da Justiça, Tarso Genro, está coberto de razão, e eu que sempre o critiquei...

No Brasil, está faltando atitude enérgica contra essa corja de safados. E muito nos surpreende ver o ministro Gilmar Mendes, do STF, condenar a Polícia Federal no presente caso. Mas alguém já viu ou ouviu o senhor ministro se levantar para defender abusos ou injustiças contra os mais fracos e deserdados cidadãos? Ou ele apenas deseja que as coisas continuem sendo tratadas no âmbito da burocracia e suavidade da lei, como no caso da liberdade do banqueiro Cacciola, que fugiu do Brasil pela mão benevolente do outro ministro daquela Corte?
Deixem a Polícia Federal trabalhar! Polícia é polícia, bandido é bandido. Ou os senhores Dantas, Nahas e Pitta são algumas figuras cândidas e irretocáveis do cenário brasileiro, que estão sendo injustiçadas e que não devem satisfação ao País pelos conhecidos golpes aplicados nas diversas áreas que atuam ou têm atuado? Quando a polícia age com rigor contra bandidos de todos os naipes, ela é considerada excessiva e exibicionista. Quando não age, ela é omissa ou incompetente. O que queremos, então? Se for um ladrão de galinha que é algemado, nenhum ministro do STF ou senador da República sai em sua defesa, mas quando se trata da elite, os pesos da balança têm que ser diferentes? Por quê?

Por acaso o ministro Gilmar Mendes, algum dia de seu reinado na suprema Corte da República, já saiu em defesa das pessoas vitimadas pelas injustiças sociais ou pelos autores de crimes hediondos? Quando o traficante colombiano Ramirez Abadia desfilou algemado ante as câmaras de televisão, o ministro Gilmar Mendes ou algum senador da República abriu a boca para condenar a atitude da Polícia Federal?


Julio César Cardoso/Bacharel/Balneário Camboriú-SC