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Crianças mais longe da desnutrição, mães mais próximas dos serviços básicos de saúde. O que há algumas décadas podia parecer fantasia é um retrato do Brasil atual. Um país onde as mulheres têm menos filhos, usam mais anticoncepcionais e fazem mais exames pré-natal. O mesmo onde há mais mulheres acima do peso, a vida sexual começa mais cedo e há mais adolescentes grávidas.
Enquanto se afasta de antigas mazelas, o Brasil vê despontar novos problemas de saúde pública. Os avanços e retrocessos estão na Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde da mulher e da Criança (PNDS) de 2006, divulgada na quinta-feira 3. Com informações sobre a vida de 15 mil mulheres em idade fértil e 5 mil crianças de até 5 anos, o levantamento é um amplo diagnóstico da saúde materno-infantil brasileira. A edição anterior ocorreu em 1996. De lá para cá, o Brasil mudou muito.
O avanço das políticas de proteção social está ligado a conquistas como a redução de 50% da desnutrição e a queda de 44% na taxa de mortalidade infantil (de 39 para 22 por mil nascidos vivos). Esta, embora confirme uma tendência, é louvável e deve-se a melhorias no saneamento básico, na imunização contra o sarampo, no uso do soro caseiro (em caso de diarréia) e a menos mortes por infecções e doenças parasitárias.
“A queda na mortalidade infantil é um indicador não apenas de acesso, mas de bem-estar social, e está associada à redução quase total da desnutrição infantil grave. Porém, o índice se distribui de maneira muito desigual”, diz Cláudio Leone, professor do Departamento de Saúde Materno-Infantil da Faculdade de Saúde Pública da USP. Nos estados do Nordeste, há 35 óbitos a cada mil nascidos vivos. No Sul do Brasil, são 17.
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Nota do Chicão:
Eu tenho um amigo rico, bastante rico.
Seu filho nasceu pré-maturo e ficou algumas semanas na UTI neo-natal de um bom hospital.
Ficou na mesma UTI neo-natal que estavam as crianças do SUS.
As mesmas enfermeiras, os mesmos equipamentos, os mesmos recursos, os mesmos médicos.
Foi só então que ele entendeu a campanha feroz que se faz contra a saúde no Brasil.
Outro dia um blogueiro de extrema direita escreveu que o Brasil tem padrão de saúde Haitiano (para defender o fim da CPMF).
Ele não deve conhecer o Haiti e nem o Brasil.
A verdade é que onde há dedicação dos médicos e funcionários a saúde funciona relativamente bem.
Onde há organização, planejamento e cobrança, a saúde funciona melhor ainda.
O foco no Brasil deve ser cobrar TODOS. EM TODOS OS NÍVEIS HIERÁRQUICOS.
Cobrar muito de todos e parar de reclamar somente dos políticos (que são na imensa maioria péssimos, concordo).
Onde há desorganização, desperdício, falta de planejamento e falta de dedicação não há dinheiro o suficiente para nada (e nunca vai ter). É aí que se instala o caos.
Foi exatamente o caso da epidemia de dengue no RJ.
Sobre a revista Carta Capital desta semana:
fui na banca e comprei a edição desta semana.
A reportagem acima (completa na revista) está fantástica.
Há uma avaliação da volta do banqueiro Cacciola muito bem feita.
Vale a pena ler.
PS: é bom lembrar que as melhorias na saúde tem sido lentas e independente de partidos e governantes.
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Mensagem da noite
Há 4 dias
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