quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Uma aula de economia dada pela Petrobras

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Você pode acompanhar a guerra política da CPI da Petrobras e se deliciar com acusações mútuas.

Ou pode aproveitar para entender um pouco melhor de economia e administração. Eu prefiro aprender.

As ações da Petrobras estão "bombando" dentro e fora do país. Fundos estrangeiros estão comprando bilhões de dólares de ações e ADRs da empresa. Fazem isto porque sabem que ela está muito bem posicionada.

Compare esta realidade com as perguntas da Folha de SP para a Petrobrás. Mas, primeiro a vamos ter uma aula de economia:

Rentabilidade: respostas à Folha

Antes de respondermos às perguntas, vale um primeiro esclarecimento:

Queda nos índices de Retorno, seja o ROE (retorno sobre patrimônio) ou o ROCE (retorno sobre capital empregado), é típico de uma companhia de crescimento acelerado e pertencente à uma indústria intensiva em capital e que possui ativos de alto valor agregado. Como a Petrobras tem oportunidade de crescimento acelerado da produção, como poucas companhias no mundo, ela precisa investir bilhões de dólares em ativos que somente gerarão retorno vários anos à frente. Em geral, na média mundial, entre a descoberta de um campo de petróleo até sua efetiva entrada em produção, passam-se de cinco a sete anos.

A Companhia tem trabalhado para redução desse prazo, mas ainda assim nossos projetos são considerados de longa maturação. Portanto, somos obrigados a investir grandes somas em ativos que não geram um único centavo de caixa no curto prazo, mas que são de alto retorno em médio e longo prazo.

É assim que a indústria do petróleo funciona, e no caso da Petrobras essa condição é intensificada pelo estupendo potencial de crescimento em todos as suas áreas de atuação, o que demanda elevados investimentos muito superiores às demais empresas do setor de petróleo, impactando diretamente esses índices.

- Ao que a Petrobras atribui essa perda de posições na rentabilidade entre as petrolíferas de capital aberto nas Américas e, considerando os últimos cinco anos (desde 2003), essa queda na rentabilidade à metade? Que fatores permitiram que isso ocorresse?

Nos últimos cinco anos, o volume de investimentos anual da Petrobras aumentou de US$ 7 bilhões para US$ 29 bilhões. O crescimento foi, portanto, superior a 300%, em dólar. Este incremento tem como variáveis explicativas a oportunidade de crescimento acelerado da produção de óleo, a necessária ampliação da capacidade de refino e melhora da qualidade dos combustíveis, melhora da infraestrutura de Gás Natural e o desenvolvimento de outras fontes de energia, como os biocombustíveis. Estes volumes elevados trazem, por sua vez, consequências para indicadores financeiros no curto prazo dado que os altos investimentos da Petrobras são de longa maturação.

- A empresa se preocupa com essa queda em rentabilidade?

Não. A Companhia tem trabalhado para redução dos prazos de retorno, mas nossos projetos são considerados de longa maturação. Portanto, somos obrigados a investir grandes somas em ativos que não geram caixa no curto prazo, mas que são de alto retorno em médio e longo prazo.

- A empresa reconhece que tenha ocorrido perda de eficiência nos últimos anos para explicar isso? Ou isso não ocorreu? E como certificar-se disso?

Não. Se vocês observarem uma série histórica mais longa, mais adequada para análise de empresas cujos projetos são de longa maturação, podemos observar que o ROE saiu de um patamar de 5,2% (média de 1992 á 1998) para 26,6% (média de 1999 á 2002), alcançando a média de 27,7% de 2003 à 2008.





- Especialistas costumam dizer que, mais do que lucrativas, as empresas devem gerar valor para seus acionistas. Dado que a rentabilidade, uma medida de valor gerado aos acionistas, não evolui como as congêneres de capital aberto das Américas, a Petrobras acredita que poderia gerar mais valor para os acionistas (entre os quais estão não apenas investidores em Bolsa do Brasil e do exterior, mas também a União, acionista majoritária)?

Ao final de 2008, tínhamos quase US$ 30 bilhões em investimento em progresso. Estes investimentos estão diretamente atrelados ao elevado potencial de negócios da Petrobras. Esses investimentos somente gerarão retorno vários anos à frente, influenciando no curto prazo os retornos.

A evolução de nossas ações e recibos ao longo de 2009 mostra que os investidores compreenderam a necessária elevação do volume de investimentos em nosso Plano de Negócios 2009-2013 e continuam acreditando nas perspectivas futuras da Companhia. E de janeiro até início de agosto, o valor de mercado da Cia subiu mais do que 80%, em dólares, o que significou o maior crescimento de valor entre as majors de óleo e gás. Crescente volume de investimentos pode ser, portanto, acompanhado por retorno aos acionistas, como demonstra 2009. Buscamos atuar em diferentes frentes, desenvolvendo fontes de energia renováveis, construindo infra-estrutura para a crescente demanda por gás e atendendo o imenso potencial exploratório da Cia, vide o pré-sal.

- A empresa tem algum plano/projeto/perspectiva de melhorar esse indicador no curto e médio prazo?

Como explicitado anteriormente, e como demonstrado pelos valores históricos, os investimentos da Companhia estão balizados no enorme potencial do seu portfólio. Combinada à eficiência e racionalização dos custos, o retorno para os investidores será dado ao longo do tempo como conseqüência da maturação dos projetos nos médio e longo prazos

Do Blog da Petrobras



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