sexta-feira, 8 de maio de 2009

Vale a pena investir nos brasileiros mais pobres

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Escola de São José dos Campos é a melhor de SP

Os 201 estudantes formados em 2008 pelo colégio Engenheiro Juarez Wanderley, em São José dos Campos (91 km de São Paulo), entraram em ao menos uma instituição de ensino superior do país - 80% em universidades públicas.

A foto de cada um deles está em um mural improvisado no corredor da escola.
"Passamos aqui e vemos fotos de alunos que viraram exemplos. Pensamos que também podemos estar lá no ano que vem", diz Matheus Santos Castilho, 16, aluno do terceiro ano do ensino médio no colégio e que vai prestar vestibular para o curso de medicina ainda neste semestre.

Fundado em 2002 e mantido pelo Instituto Embraer de Educação e Pesquisa, o colégio aparece como o melhor do Estado de São Paulo no Enem. Na lista do ano passado, a escola ocupava a terceira posição.

São 600 alunos matriculados, todos egressos do ensino público. As salas de aula, com cerca de 40 alunos, são batizadas com nomes de heróis da mitologia, como Perseu e Hércules, de cidades históricas ou sedes de Jogos Olímpicos.
"É para não hierarquizar. Na escola municipal onde eu estudava, os melhores alunos iam sempre para as turmas "A'", afirma Castilho.

Vestibulinho

Para entrar no colégio, os candidatos precisam disputar um vestibulinho, que teve, só no ano passado, 5.000 postulantes para 200 vagas. Selecionados, os estudantes passam cerca de dez horas por dia na escola -chegam a cumprir 6.000 horas/aula durante todo o curso.

Nesse período, 30% do tempo é dedicado a aulas de preparação para ingresso na universidade, participação em work-shops e palestras. Além disso, todos alunos participam de ao menos um projeto de sustentabilidade, como o de uma casa feita com madeira reflorestada e com aquecedor solar, por exemplo. Ontem, no início da tarde, a biblioteca da escola estava lotada.

A partir do segundo ano do ensino médio, o estudante, já de olho na universidade, realiza atividades voltadas para as áreas em que pretende trabalhar: exatas, humanas ou biomédicas. São 800 horas/aulas até o fim do curso.

Mais tempo

Segundo o diretor do colégio, Jamerson Mansur Peixoto, a vantagem é que os alunos passam mais tempo no colégio, como ocorre no Japão.
"Isso permite que a escola participe mais da vida do aluno e ele da vida da escola", afirma.

No Juarez Wanderley, diz o diretor do estabelecimento, os alunos são instigados a traçar metas para além da universidade e são cobrados, como numa empresa, para não se contentarem em ficar "na média".

Segundo Pedro Ferraz, diretor do Instituto Embraer, alguns pais de alunos veem a universidade como algo distante, e são orientados pelo colégio a estimular os estudantes.

Embora seja considerado colégio particular pelo Ministério da Educação, ninguém paga mensalidade. Alunos de quatro cidades da região têm direito a transporte, alimentação, uniformes e livros.

Agência Folha

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