quarta-feira, 13 de maio de 2009

Direitos humanos: perseguição religiosa no Irã

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Recebi um email dizendo que não são apenas os cristãos que estão sendo barbaramente perseguidos nos países de maioria muçulmana (em alguns mais, em outros menos, em todos são perseguidos).

São todas as minorias.

Abaixo segue parte de uma entrevista de um membro da comunidade Bahá´í.

"Os Bahá'ís são perseguidos no Irã desde a fundação da religião. Todo os governos iranianos, em maior ou menor grau, têm encontrado desculpas convenientes para promover campanhas de perseguição aos Bahá'ís. Em um momento foram acusados de relacionamento espúrio com os russos. Em outro, eram espiões da Inglaterra. Nos últimos tempos seriam ligados aos EUA e Israel.

A justificativa parece simples e banal, afinal o centro mundial bahá'í é em Haifa, Israel. Como os bahá'ís do mundo todo se comunicam com o centro mundial de alguma forma, por associação, dizem que eles são sionistas. O governo Iraniano se esquece de dizer a opinião pública que os fundadores da fé Bahá'í foram exilados como prisioneiros para a colonia penal de Acre, na Palestina, em 1868. Quem estuda a história da região e da Fé Bahá'í sabe que o estado de Israel só seria fundado nesse território 80 anos depois.

Os lideres religiosos iranianos têm, desde a revolução de 1979, promovido uma campanha orquestrada para acabar com uma comunidade de mais de 300 mil pessoas. Em 1990 chegou as mãos das Nações Unidas o memorando Golpaygani, um documento que delineava como deveria ser destruída a comunidade Bahá'í dentro do Irã. A justificativa religiosa era o crime de apostasia. Punível com com a pena de morte.

Nesses 30 anos desde a revolução, mais de 220 líderes da comunidade bahá'í foram mortos, locais sagrados demolidos, jovens expulsos de universidades, crianças maltratadas nas escolas, cemitérios destruídos além da perda do direito ao trabalho, isso sem falar da perda do direito as pensões e aposentadorias. Um outro aspecto interessante é o fato de os acusados NÃO terem direito a um advogado de defesa.

O atual governo só aumentou a pressão sobre os bahá'ís, criando assim uma situação insustentável do ponto de vista dos direitos humanos. A única saída apresentada aos Bahá'ís presos antes de sua condenação é a negação da sua fé em público.

Blog - Uma derrota de Ahmedinejad pode melhorar a vida dos Baha'i no Irã?

Rassekh - Não acredito que haverá mudança significativa depois da eleição. Nenhum dos candidatos têm a liberdade de se opor as orientações do líder supremo do Irã. O conceito de apostasia é muito forte dentro desse grupo. Não imagino que do dia para a noite eles possam aceitar que a Fé Bahá'í é uma religião válida e independente. Como todos já sabem, não existe imprensa livre naquele país e os candidatos são previamente escolhidos (e aprovados) pela cúpula religiosa a partir de uma lista. Só em um milagre poderíamos imaginar que dentro desse sistema haveria algum espaço para uma verdadeira mudança. Lembrem-se que a "democracia" no Irã não segue o modelo que conhecemos.

Pessoalmente, espero que num futuro próximo a população se sensibilize e procure saber a verdade sobre o que está acontecendo. Não são só os bahá'ís que são perseguidos. A lista é grande, sugiro ao leitor fazer uma pesquisa sobre a situação dos Curdos, Sunitas, Sufis, Cristãos, homosexuais e mulheres daquele país".


texto completo está aqui




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