segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Aquarelas, estética e meio ambiente

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Um amigo, poeta e cantor, me disse uma vez que a questão estética era uma das mais fortes barreiras contra a preservação da natureza.

Na época não concordei com ele. Hoje concordo.

Observe estas duas aquarelas. São belas. As margens do rio desmatada permite que se ganhe profundidade e tenha outros contornos no quadro. Na primeira aquarela a absoluta falta de natureza intocada constrói uma opção de cores e, de novo, de profundidade (vastidão).

Muitas pessoas olharão estas belas aquarelas e pensarão: como a natureza é bonita! Todavia, o que se vê ali é a devastação da natureza original.

Se a margem do rio fosse acupada por árvores, como é o correto, o máximo que veríamos da casa seria o telhado.

Renovar o conceito estético é fundamental para a preservação ecológica.

PS: me lembrei que na minha infância um tio falava das plantações de São Paulo: "aquilo é bonito, não é esta tristeza de feiura deste mato por aqui". A floresta, o cerrado, as árvores, os passarinhos, os animais, tudo era triste e feio.




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