sábado, 11 de abril de 2009

E o México? Como anda o exemplo de neoliberalismo?

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O México era o exemplo. De repente sumiu da mídia conservadora. Isto me chamou atenção e eu pensei: o país deve estar mal.

O México fez a lição de casa neoliberal. Abriu mão de um planejamento de país e entregou-se ao trabalho de produzir produtos baratos para os EUA.

Durante um período teve alguns benefícios, tal qual aquela prostituta novinha que é cortejada pelos fregueses. A ilusão acaba e o que acontece?

1) O narco-tráfico avança e domina parte importante do país.

2) O país volta ao FMI para um empréstimo de 40 bilhões de dólares.

3) Os níveis de pobreza aumentam.

4) O país já não tem quase nenhum poder de barganha em negociações internacionais, pois escancarou tudo para o capital estrangeiro.

Esta é a política que o Serra queria aplicar ao Brasil em 2002.

Um dos fetiches desta turma era o sistema de importação do país (México). Tem a vantagem de ser bem mais desburocratizado. Não importa muito o que é importado. O que vale é o peso do produto.

Imagina você tendo uma fábrica de um determinado produto, aí uma empresa internacional vende o mesmo produto abaixo do preço de produção. Você é sacaneado e vai a falância. Não há como proteger a indústria nacional, pois o que conta é o peso (estou simplificando para ser claro).

A indústria mexicana NATIVA foi a nocaute. Virou maquiladora: montadora. Hoje, no mundo, ninguém aposta um centavo no futuro do México.

O futuro está nos BRICs.

China: uma empresa estrangeira só instala no país com a autorização do governo, tendo sócios locais e garantindo transferência de tecnologia.

Índia: é um péssimo exemplo de neolibralismo. Financia fortemente determinados setores e fecha fortemente outros.

Rússia: o mesmo da Índia. E tem aumentado a força do estado na economia.

Brasil: segurou um pouco o neoliberalismo do governo FHC. Na minha opinião deveria ter retrocedido em várias áreas. Em algumas áreas deveria retroceder para ter o que negociar.

Por exemplo: não tem porque o BNDES financiar uma pequena empresa do interior do Brasil (cujos donos moram e gastam no país) pela mesma taxa de juros com que financia uma empresa estrangeira, como a Telefonica (por exemplo).

Não tem porque permitir a venda de terras no Brasil para estrangeiros.

Não tem porque permitir que estrangeiros invistam em escolas e universidades. São áreas estratégicas para a soberania de um país.

Não tem porque permitir a entrada de capital estrangeiro em jornais, rádios, revistas, tv a cabo, etc.

Vou dar um exemplo ideologia neoliberal e de sua máquina de propaganda. No governo FHC liberaram a entrada de capital estrangeiro na educação. Os jornais e revistas de sempre elogiaram a iniciativa. Diziam que ia aumentar a competição e que "faculdades" (como Havard) poderiam invstir no Brasil (melhorando o ensino). NÃO NEGOCIARAM NENHUMA CONTRAPARTIDA PARA ESTA LIBERALIZAÇÃO.

Foi puro entreguismo. Falta de planejamento. Falta de estratégia. Falta de amor à pátria.

Moral da história: até hoje o Brasil negocia a abertura de mercados para o nossos produtos agrícolas. Os países estrangeiros já tem acesso a quase todo mercado nacional, porque vão abrir os deles?

Moral da história 2: os poucos investimentos feitos por estrangeiros em educação foram de grupos mercenários e com baixíssima qualidade de ensino. Nada de Havard...

Esta é a moral do neoliberalismo.

Ainda bem que, por enquanto, ele está estagnado no Brasil.



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Um comentário:

Anônimo disse...

Onde entraria a ULBRA, que teria captacao de recursos economicos estrangeiros, nesse contexto? Praticamente falida, como se deu essa falencia, naquela que ate poucos anos atras era exemplo de dinamismo e crescimento?