sexta-feira, 24 de abril de 2009

A violência no campo aumentou em 2008, junto com a impunidade

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Houve 28 assassinatos por conflitos de terra, ano passado

A violência no campo aumentou em 2008 apesar da redução no número de conflitos. Enquanto, em 2007, a contabilidade dos confrontos agrários era de uma morte para cada 54 conflitos, em 2008 foi de uma para 42 episódios. O dado faz parte de levantamento da Comissão Pastoral da Terra (CPT) que será divulgado no próximo dia 28.

“Dois mil e oito foi um ano muito mais violento que 2007. Proporcionalmente, o número de mortos tem aumentado. Ano passado houve menos ocorrências, mas foi mantido o número de assassinatos”, adiantou o integrante da coordenação nacional da CPT, Dirceu Fumagalli.

De acordo com o levantamento, 28 pessoas foram mortas em conflitos no campo em 2008. Mais de 70% dos assassinatos ocorreram em Estados da Amazônia Legal.

Segundo Fumagalli, o Pará manteve a liderança no ranking. “No Pará, a violência no campo em 2008 triplicou em relação a 2007. O Estado continua campeão em todos os indicadores: assassinatos, despejos, ameaças”, listou.

Rio Grande do Sul e Estados do Nordeste, principalmente a Bahia, também apresentaram indicadores preocupantes, segundo a CPT.

Na avaliação de Fumagalli, o crescimento da violência no campo verificado entre 2007 e 2008 poderá se confirmar como uma tendência caso a reforma agrária não avance no país. Segundo o coordenador da CPT, um dos fatores que justifica o endurecimento dos conflitos é a impunidade para os que cometem ou encomendam os crimes.

“A impunidade é o que mais motiva e fomenta a violência no campo. Por exemplo, enquanto o Bida [acusado de mandar matar a missionária norte-americana Dorothy Stang] estava preso em 2007, os fazendeiros ficaram acomodados, houve simplesmente uma pressão em cima dos trabalhadores. Com a liberação do mandante, em 2008, os fazendeiros voltaram a toda”, comparou.

Fumagalli avaliou o conflito entre seguranças particulares (jagunços) e integrantes do MST em Xinguara (PA), que deixou pelo menos sete feridos no último sábado (18), como mais um exemplo da urgência de avanços nas políticas de reforma agrária.

“Infelizmente a gente não tem visto avanço em resolver o conflito no campo. O que aconteceu no Pará vai continuar acontecendo lá, na Bahia, no Espírito Santo, no Rio Grande do Sul enquanto o Estado brasileiro não cumprir o que diz Constituição”.

O levantamento completo da CPT será lançado na próxima terça-feira (28/4) durante a 47ª Assembléia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). O relatório também vai apontar outras estatísticas da violência no campo, como o número de ameaçados de morte, tentativas de assassinato, expulsões, despejos judiciais, ocupações e trabalho escravo. A informação é da Agência Brasil.

do blog Diario Gauche


Nota do Chicão:

Com estes assassinatos já são milhares de mortos nas últimas décadas.

Você não vai ouvir o Ministro Juiz Gilmar Mendes cobrando ação dos governantes e da justiça.

Nem da Confederação Nacional da Agricultura.

Estas pessoas já estão acostumadas a ver pobre ser assassinado por grileiros e apropriadores.

Eles não vão mudar. Nós é que temos que mudar o mundo.


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