terça-feira, 23 de setembro de 2008

Depois do amarelinho, o amarelão

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Primeiro foi o amarelinho que dizimou os laranjais paulistas. Agora é o amarelão, a praga do grini. Surgiu em 2004 e espalhou-se devido à crise do setor e à perda de margem dos produtores de laranja, devido à apreciação do dólar.

Sem margem, passaram a comprar mudas não-certificadas. Com elas, veio a praga que já dizimou 20% dos laranjais paulistas, 3 milhões de pés erradicados e ameaça se espalhar por outros estados. Apenas agora a Secretaria da Agricultura de São Paulo e o Ministério da Agricultura decidiram avançar nas pesquisas para combater o mal.

Os agricultores imprudentes ainda tentaram resistir à erradicação de suas árvores. Foi necessária intervenção da polícia.

Por Hans Bintje

Do site da Embrapa

"Mas de onde vêm estes microrganismos (patógenos) que causam doenças nas plantas? Ora, algumas espécies de microrganismos já conviviam, há muito tempo, e ainda convivem no centro de origem ou centro de ocorrência natural com as espécies de plantas atualmente domesticadas. Vejamos o exemplo da seringueira (Hevea brasiliensis) e do cupuaçú (Theobroma grandiflorum), cujo centro de ocorrência natural é a Amazônia. A convivência da seringueira na floresta com o fungo Microcyclus ulei causador do mal-das-folhas, e do cupuaçú com o Crinipellis perniciosa causador da vassoura-de-bruxa é traduzida pelo equilíbrio entre populações.

As tentativas de monocultivo de Hevea brasiliensis em Belterra e Fordlândia no século passado resultaram em prejuízos e abandono do empreendimento após intenso ataque de Microcyclus ulei".

A mesma estória agora se repete com a laranja. As plantações raramente são entrecortadas por trechos de mata nativa, os "corredores ecológicos" que permitem a sobrevivência dos inimigos naturais das pragas das lavouras, a proteção dos mananciais de água e provêem o isolamento entre as glebas cultivadas, dificultando a disseminação de doenças entre as plantas.

De nada adianta a violência humana contra a genial adaptabilidade desses microorganismos. São adversários formidáveis e exigem o melhor de nossa inteligência na observação das inter-relações do mundo natural.

do blog do Luis Nassif


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