terça-feira, 13 de maio de 2008

Luta antimanicomial, a voz dos contras





Toda mudança gera medo e polêmica.

Algumas mais, outras menos.

O Prouni, por exemplo, o partido DEM entrou na justiça para acabar com ele.

Eles são contra o PROUNI, contra as reservas indígenas, contra a maior parte das regras ambientais.

O Bush, o sujo, é contra o protocolo de Kyoto, contra a maior parte das leis ambientais.

Os contra sempre atrapalharam o avanço da humanidade.

Foram contra a libertação dos escravos.

Foram contra o voto para as mulheres.

Foram contra o fim da monarquia.

Sempre usaram argumentos racionais e pseudo-racionais.

O que fazer com o louco?

Tranca ele no hospício e deixa ele lá.

Veja o que diz uma mulher do contra: “Só por curiosidade. Vocês acham mais humanitário soltarem os "malucos" para ficarem na rua, comendo lixo e bosta como já vi, bebendo água de esgoto? Sem assistência?”

Para desqualificar a luta antimanicomial vale qualquer raciocínio.

Estes loucos bebendo água de esgoto estão lá porque NÃO possuem tratamento. Igual às pessoas que tem malária e não possuem posto de saúde para se cuidarem.

O posto de saúde de tratamento de louco chama-se CAPS. Centro de atenção psico-social.

Eles fazem um trabalho lindo. Muito bom.

Um trabalho muito bom, apesar de todas as dificuldades.

Alguns hospitais psiquiátricos continuam. Para atender os casos mais agudos, por exemplo, aquele que está muito agressivo.

Os CAPS são melhores para curar, melhores para proporcionar uma vida equilibrada e oportunidade de desenvolver habilidades que ajudarão estes loucos a trabalharem.

A vida de grande parte deles é muito melhor graças ao trabalho dos CAPS.

Quando toda a rede pública estiver integrada em um novo sistema de saúde, mais humano e MAIS EFICIENTE, haverá poucos hospitais psiquiátricos de referência e muitos CAPS espalhados pelas cidades.

A pouco mais de 7 anos uma família conhecida ficou em pânico quando descobriu que a filha de 19 anos estava PSICÓTICA. Graças ao tratamento sério do CAPS, ela tomou a medicação adequada, fez um acompanhamento terapêutico intensivo e foi apoiada em sua reinserção social. Aos poucos voltou para a faculdade, terminou seu curso e começou a trabalhar. Hoje namora, passeia e continua com o tratamento.

Enfim, tem uma vida quase normal.

Qual seria o futuro dela se fosse internada em um daqueles grandes hospitais psiquiátricos onde os loucos ficam andando de um lado para o outro? Certamente o futuro dela seria a demenciação. A progressão da doença que vai destruindo toda a mente.

O blog do Chicão é um entusiasta da luta antimanicomial por todos os bons exemplos que viu de perto.

A luta por uma sociedade mais inclusiva, onde as experiências de vida diferentes sejam cuidadas e apoiadas é uma das melhores formas de nós honrarmos a Deus e agradecermos tudo de bom que temos nesta vida.

Que os loucos tenham tratamento decente.

Que os paralíticos possam praticar esporte.

Que os cegos possam dançar e trabalhar.

Mas, para que isto aconteça temos que mudar nossos conceitos. E observar as BOAS PRÁTICAS que os abnegados desenvolvem para ajudar aqueles que mais precisam.

MUDAR NOSSOS CONCEITOS, SÓ ASSIM PODEMOS DIMINUIR O SOFRIMENTO DE QUEM É DIFERENTE.

PS: A mulher que descreve os loucos bebendo água de esgoto, nada fala das crianças bebendo água de esgoto. Será que é porque choca menos por ela estar acostumada com isto?

O link abaixo dá uma idéia das lutas diárias dos CAPS

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