quarta-feira, 28 de maio de 2008

Dourados: 30 anos atrás


A charge acima me fez lembrar de um momento da minha vida.

Esta lembrança que me fez refletir que as elites deste país pouco mudaram.

Estava em Dourados, MS, na fazenda de um amigo de minha família.

Fomos até a cidade passear na casa de alguns amigos, que eram filhos de alguns dos mais ricos da cidade.

Junto estavam adultos que conversavam enquanto tomavamos o lanche do fim da tarde.

Este foi o teor da conversa:

Eles contavam de dois sujeitos que eram riquíssimos porque contrabandeavam café para o Paraguai.

Falavam com ORGULHO que se o Brasil fechasse a fronteira eles cavariam um túnel até o Paraguai para fazer o contrabando.

Relataram o poder que eles tinham sobre a polícia, juízes, militares e políticos.

Claramente eles eram um símbolo positivo para aquelas pessoas.

Pessoas ricas, donas de fazendas, criadoras de gado e... pessoas corretas.

Parece que há um véu cobrindo o rosto destas pessoas para que elas NÃO IDENTIFIQUEM COMO CRIME O CRIME QUE É COMETIDO PELOS MAIS RICOS.

Uma única pessoa disse, preocupado, que contrabandistas também estavam envolvidos com o tráfico de drogas.

Um dos contrabandistas (ou melhor, suposto contrabandista) foi governador do Mato Grosso do Sul.

Foi governador indicado pelos militares, na época da ditadura.

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