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A tal comentarista Miriam leitão
corre para garantir seu emprego nas Organizações Globo. Para tanto ela tem cumprindo seu papel: dizer qualquer coisa para ajudar os
bons negócios de seus patrões.
Ela deveria falar a verdade, mas o vício é maior e o interesse no salário e no exibicionismo televisivo a domina.
Ela chega ao absurdo de dizer que o FHC aumentou a capacidade em quase 50%. Será que foi por sito que tivemos um apagão durante meses no governo dele? O Brasil
não cresceu, ficou estagnado nos anos FHC. Se tivesse aumentado a capacidade instalada, mesmo com pouca chuva, não teria apagão. É um cálculo elementar.
Abaixo reproduzo trechos da carta do presidente da Empresa de Planejamento Energético, Maurício Tomasquim:
8. “O governo Fernando Henrique (...) aumentou em 48% a capacidade instalada, de 54 mil MW para 80 mil MW. O governo Lula, na hipótese mais otimista, vai aumentar até o fim do mandato 43% da capacidade” (11° parágrafo)[ISTO É O QUE A MIRIAM ESCREVEU]
A verdade dos fatos, baseada nos dados do BEN e do CMSE, é a seguinte: entre 1995 e 2002, o governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso elevou em exatos 24.829 MW a capacidade instalada do Brasil. Porém, deve-se excluir 2.005 MW referentes à contratação temporária de térmicas emergenciais, o que reduziria o referido montante de capacidade instalada para 22.824 MW.
Ao longo dos oito anos de mandato, de 2003 a 2010, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva terá aumentado o parque gerador do Brasil em 34.592 MW – ou seja,
52% a mais que o governo anterior. Aliás, os investimentos no segmento de transmissão são também significativamente maiores no governo Lula em comparação ao anterior. Segundo dados do CMSE, entre 1996 e 2002 foram instalados 11.000 km de linhas, enquanto no período 2003-2010 terão sido instalados 27.000 km – mais do que o dobro. [OBSERVE COMO ELE CITA AS BASES DE DADOS DE ONDE ELE TIRA AS INFORMAÇÕES]
6. “Há 15 anos o Brasil vem errando na área de energia. Investe menos que precisa (...)” (8° parágrafo)
Hoje, com as usinas contratadas, o Brasil possui um excedente de aproximadamente 4.500 MWmédios em 2014. Para se ter uma ideia do que essa quantidade de energia representa, o mercado brasileiro cresce cerca de 3.000 MWmédios por ano.
7. “No Brasil, a maneira como é feito o cálculo dos custos das novas fontes de energia faz com que elas estejam fora do leilão, sejam mais caras do que suas competidoras a combustível fóssil” (9° parágrafo)
Na realidade, o problema não é a maneira como se faz o cálculo do custo das novas fontes no Brasil, mas sim o fato de que, no mundo todo, estas fontes são mais caras. Sabedores disso, alternativamente, organizamos leilões especiais para as chamadas fontes alternativas renováveis, de forma a que elas não tenham que competir com outras de menor custo. Uma espécie de “reserva de mercado”.
4. “Enquanto isso, a China, que tem abundante carvão barato, está procurando outras fontes.” (7° parágrafo)
Não creio que a China sirva de paradigma para o Brasil. Apenas no último ano a que temos registro (2006), foram instalados na China 51.000 MW de termelétricas a carvão, equivalente à metade de toda a capacidade instalada de todas as fontes no Brasil.
Ou seja, a cada ano os chineses colocam em seu território meio Brasil apenas em térmicas movidas a carvão! Segundo dados do Energy Information Administration (EIA), organismo do governo norte-americano, entre 2010 e 2030 a China vai instalar 407.000 MW em usinas a carvão – o número é esse mesmo – e 106.000 MW através de centrais eólicas. Tomando-se como base o tempo médio de atividade produtiva que cada tipo de geração dispõe, pelas suas características naturais, a contribuição das eólicas chinesas em termos de redução de emissões dos gases de efeito estufa é menor do que parece à primeira vista.
Uma usina eólica gera, na média, entre 30% e 35% da sua capacidade instalada. O que significa dizer que uma planta de 100 MW produz por ano algo entre 30 e 35 MWmédios. Já uma usina a carvão gera normalmente algo de 80% a 85% da sua capacidade instalada. Neste caso, uma planta a carvão de 100 MW gera em média, num determinado período de tempo, o equivalente a 80 e 85 MWmédios.
As previsões do EIA são de que a geração eólica na China em 2030 estará perto de 36.000 MWmédios, ao passo que a geração a carvão é estimada, para o mesmo período, em 734.000 MWmédios – vinte vezes (!) mais que a produção de energia eólica. Sem dúvida alguma, a capacidade de geração eólica na China deve ser saudada por todos. Contudo, olhar isoladamente para o seu quadro pode conduzir a um erro de avaliação.
5. “De 2004 a 2008, ela (China) construiu o equivalente a uma Itaipu em energia eólica; 14 mil megawatts” (7° parágrafo)
Apesar de ser um dado relevante, vale observar que esses 14.000 MW de energia eólica correspondem a uma participação de menos de 2% da matriz elétrica chinesa (obs.: não tenho o dado da capacidade total instalada da China em 2008, assim utilizei o estimativa do EIA para 2010 como proxy). O Brasil, por sua vez, deverá ter instalado em centrais eólicas mais de 1.500 MW no ano que vem, o que representará cerca de 1,3% da capacidade instalada total de nosso parque de geração elétrica. Ou seja, independente da precisão dos números, podemos afirmar que a expansão da eólica relativamente ao tamanho de nosso parque não é
tão diferente do caso chinês. Com uma vantagem clara para o Brasil: a maior parte do restante de nossa matriz elétrica decorre de hidrelétricas, enquanto na China são oriundas de termelétricas a carvão.
leia mais aqui:
http://chicaodoispassos.blogspot.com/2009/12/energias-renovaveis-no-brasil-numeros.html.