quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Bem vindo, Obama, o novo presidente conservador dos EUA

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Não se iludam. Obama é conservador e imperialista. Seu governo será assim, salvo agradáveis surpresas.

Todavia, fico super feliz que seja ele. Não é ligado à indústria do petróleo e flerta com a "agenda verde".

Ele carrrega em si um simbolismo. O simbolismo da importância da luta dos movimentos sociais para mudarmos o planeta.

Os negros lutaram. Conseguiram direitos. Mais do que direitos, conseguiram gerar leis que deram APOIO ESPECIAL. Foram várias dessas leis, a mais visível são as cotas de emprego e de estudo.

Antes de votar em um negro, os americanos brancos foram atendidos por médicos negros. Foram auxiliados e orientados por advogados negros. Foram amparados por enfermeiras e assitentes sociais negras. Tiveram negros na Suprema corte. Tiveram negros em altos postos militares.

Só depois que eles acostumaram a "ver" os negros como capazes é que um fenômeno como o Obama foi possível.

Um dos shoppingcenters que mais vendem no Brasil fica em Campinas. É o shopping Iguatemi. Um dia eu estava lá atoa e resolvi percorrer suas lojas. Nada de negros trabalhando lá (como vendedores e muito menos como gerentes). Em dado momento eu encontrei com uma conhecida que tem loja neste lugar a muitos anos e comentei com ela minha observação. Ela confrmou e disse: "as pessoas tem medo de perder vendas se colocarem um negro como vendedor ou gerente. As pessoas associam negros a lugares populares".

Eu faria diferente, mas não a critico. Eu reflito. Se tivesse cotas de empregos para negros, todas as lojas seriam obrigadas a contratar e aí os racistas se acostumariam a ser atendidos por negros em "lojas finas".

Seria uma benção para estes racistas. Ter a oportunidade de superar o preconceito é realmente uma benção.

Por isto, a política de cotas para negros e pobres em geral deve ser vista como um benefício para a sociedade TODA.

Para aqueles que, como eu, acreditam na importância da evolução do espírito eu digo: ninguém leva calça de marca para o plano espiritual. Mas todos levam para o plano espiritual o que cultivam de valores, crenças e sentimentos. E o racismo, mesmo que enrustido, é algo péssimo para se cultivar.

Leia abaixo o texto do Elio Gaspari:

... Não há apenas um negro na Casa Branca, até porque o pastor Thomas Robb, diretor da Ku Klux Klan, já informou que ele "é só metade preto".

Os negros americanos liquidaram a fatura. O presidente é negro. O procurador-geral também, bem como a embaixadora nas Nações Unidas. O trisavô de Michelle Obama foi escravo numa plantação de arroz. Os netos da geração que marchou (ou não) nos anos 60 tornaram-se parte da elite americana. Susan Rice, a embaixadora na ONU, é sobrinha neta de Vernon Jordan, que em 1961 era um jovem advogado e escoltou a primeira estudante negra admitida por ordem judicial na Universidade da Georgia.

A meia hora de caminhada da escadaria onde Obama tomou posse está guardado um par de mocassins com os saltos tipo anabela quase completamente comidos. Durante dez anos, aqueles sapatos ficaram em algum canto da casa de uma professorinha negra de 25 anos, mulher de um militante que tomara 125 cadeias por conta das encrencas de Martin Luther King. Eram a um só tempo coisa velha e memorável. Um dia veio-lhe a ideia de oferecer os mocassins ao Museu de História Americana. E lá estão eles, com a informação: estes foram os sapatos que Juanita Williams usou na Marcha de Selma.

Em março de 1965, Barack Obama ainda não completara 4 anos, viviam em Selma (Alabama) 15.000 negros, mas só 156 deles podiam votar. Uma primeira marcha andou seis quarteirões e acabou a cacetadas. Não adiantou. Duas semanas depois os negros marcharam por 80 quilômetros, durante cinco dias e quatro noites. Eram 300 na partida e foram 25.000 na chegada, na capital do Estado.

Os sapatos de Juanita eram um pedaço da história dos Estados Unidos e ela percebeu. Depois de Selma o presidente Lyndon Johnson pôs fim às chicanas eleitorais contra os negros...


Nota do Chicão:

Reflita sobre esta frase:

"Uma primeira marcha andou seis quarteirões e acabou a cacetadas".

Muitos destes homens e mulheres foram presos e indiciados por desrespeito as leis.

Se fosse no Brasil a associação de juízes os teriam incluído na lista suja das eleições.

Por isto é muito bom tomar cuidado com esta idéia de lista suja. Pois quem arregaça as mangas e luta contra a injustiça comumente tem algum problema com as leis.

No mundo todo é assim.

No Japão, dois ativistas ecológicos estão sendo processados porque filmaram e fotografaram a farsa que é a "pesca científica" das baleias. Entre outras coisas eles mostraram a carne da beleia sendo embalada, algo bem comercial e nada científico.

Tomem cuidado!

Viva a AÇÃO DIRETA!



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Um comentário:

Anônimo disse...

O que é AÇÃO DIRETA?