quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Censo confirma: agricultura familiar produz mais em menor área

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Setor emprega quase 75% da mão-de-obra no campo e é responsável pela
segurança alimentar dos brasileiros, produzindo 70% do feijão e 87% da
mandioca consumidos no país.

O Censo Agropecuário 2006 traz uma novidade: pela primeira vez, a
agricultura familiar brasileira é retratada nas pesquisas feitas pelo
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Foram identificados 4.367.902 estabelecimentos de agricultura familiar, que
representam 84,4% do total, (5.175.489 estabelecimentos) mas ocupam apenas
24,3% (ou 80,25 milhões de hectares) da área dos estabelecimentos
agropecuários brasileiros.

Apesar de ocupar apenas um quarto da área, a agricultura familiar responde
por 38% do valor da produção (ou R$ 54,4 bilhões) desse total. Mesmo
cultivando uma área menor, a agricultura familiar é responsável por garantir
a segurança alimentar do País, gerando os produtos da cesta básica
consumidos pelos brasileiros. O valor bruto da produção na agricultura
familiar é de 677 reais por hectare/ano.

"Isso mostra a representatividade, o peso deste setor para a formação da
nossa economia e da produção primária no País. Com isso, a agricultura
familiar demonstra capacidade em gerar renda, em aproveitar bem o espaço
físico e contribuir para a produção agrícola brasileira", afirma Daniel
Maia, ministro interino do Desenvolvimento Agrário.
Os dados do IBGE apontam que em 2006, a agricultura familiar foi responsável
por 87% da produção nacional de mandioca, 70% da produção de feijão, 46% do
milho, 38% do café , 34% do arroz, 58% do leite e, ainda, 21% do trigo. A
cultura com menor participação da agricultura familiar foi a soja (16%). O
valor médio da produção anual da agricultura familiar foi de R$ 13,99 mil.

Permanência no campo

Outro resultado positivo apontado pelo Censo 2006 é o número de pessoas
ocupadas na agricultura: 12,3 milhões de trabalhadores no campo estão em
estabelecimentos da agricultura familiar (74,4% do total de ocupados no
campo). Ou seja, de cada dez ocupados no campo, sete estão na agricultura
familiar , que emprega 15,3 pessoas por 100 hectares.

Para o ministro interino, esses números refletem a eficácia das políticas do
Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) para manter os agricultores
familiares no campo com boa produção e renda. "Os resultados desse Censo
permitem constatar o quanto a participação da agricultura familiar é
importante para a agropecuária e para a economia brasileira. O cenário,
antes de pauperização e fuga do homem do campo, está sendo mudado,
revertido", frisa.
Dois terços do total de ocupados no campo são homens. Mas o número de
mulheres é bastante expressivo: 4,1 milhões de trabalhadoras no campo estão
na agricultura familiar. As mulheres também são responsáveis pela direção de
cerca de 600 mil estabelecimentos de agricultura familiar.

O Censo Agropecuário 2006 revela ainda que dos 4,3 milhões de
estabelecimentos, 3,2 milhões de produtores são proprietários da terra. Isso
representa 74,7% dos estabelecimentos com uma área de 87,7%.

Os critérios que definem o que é agricultura familiar foram determinados
pela Lei nº 11.326 aprovada em 2006. Eles são mais restritivos do que os
critérios usados em estudos feitos anteriormente por outros organismos como
a Fao/Incra e universidades brasileiras que estudaram o setor. A Lei 11.326
determina que quatro módulos fiscais é o limite máximo para um
empreendimento familiar. Determina também que a mão-de-obra deve ser
predominantemente da própria família e a renda deve ser originada nas
atividades da propriedade e a direção também tem que ser feita por um membro
da família.

(MDA / www.e-campo.com.br)


Nota do Chicão:

A grande mídia atua tentando IMPREGNAR na mente dos brasileiros imagens erradas sobre o campo brasileiro.

Eles passam e repassam as mesmas imagens.

A grande propriedade é sempre mostrada com muitos tratores e colhedeiras,

a pequena propriedade é sempre mostrada como um bando de coitadinhos sofredores.

A grande propriedade é descrita como moderna, produtiva e eficiente.

A pequena propriedade é descrita como pobre e ineficiente.

De tanto mostrar estas duas imagens muita gente está acreditando nisto. Pensam com a cabeça dos donos das empresas de mídia, que ganham DINHEIRO com este serviço prestado DE DOMINAÇÃO MENTAL.

Este texto mostra que a verdade é DIFERENTE da imagem.

A realidade é que a grande propriedade normalmente produz pouco, à excessão de uma minoria que é melhor administrada (as que aparecem na televisão).

São tão MAL ADMINISTRADAS que hoje uma das principais "fonte de renda" é pegar dinheiro emprestado do crédito rural e depois ficar eternamente "renegociando". Os grandes proprietários dizem que não tem condição de pagar as dívidas. Eles compram casa, viajam para o exterior, comem do bom e do melhor, mas não "tem condição" de pagar suas dívidas.

Virou um negoção ser pouco eficiente! Esta é a forma de vida da imensa maioria dos grandes proprietários.

Quando o governo federal ameaçou elevar os índices de produtividade foi uma chiadeira dos grandes proprietários.

E teve o APOIO da imensa maioria dos pequenos.

Os grandes choram porque sabem que são INEFICIENTES em sua imensa maioria.

Quem mais gera empregos e renda para o povo brasileiro é a pequena propriedade.


Leia também no Blog do Chicão:


O jogo político dos ruralistas que devem bilhões de reais para o governo federal
http://chicaodoispassos.blogspot.com/2009/09/o-jogo-politico-dos-ruralistas-que.html


Kátia Abreu e o jogo político dos que devem bilhões de reais para o governo federal
http://chicaodoispassos.blogspot.com/2009/09/katia-abreu-e-o-jogo-politico-dos-que.html


Tocantins: políticos se esbaldam com terra quase de graça
http://colunistas.ig.com.br/sakamoto/2009/07/23/tocantins-politicos-se-esbaldam-com-terra-quase-de-graca/


Leia a nota do Movimento dos Pequenos Agricultores sobre a mudança dos índices de produtividade
http://chicaodoispassos.blogspot.com/2009/09/indice-de-produtividade-rural-com.html


Reforma Agrária e índices de produtividade
http://chicaodoispassos.blogspot.com/2009/09/reforma-agraria-e-indices-de.html


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