quarta-feira, 29 de julho de 2009

Um almirante na mira da polícia

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Dono de um iate de R$ 3 milhões, Euclides Matos, ex-chefe do Estado-Maior, é acusado num esquema de importações subfaturadas


Em 44 anos de carreira na Marinha, o almirante Euclides Duncan Janot de Matos ocupou vários cargos importantes, chefiou o Estado-Maior da Armada e foi apontado, em 2007, como candidato a comandante da Força. Atualmente na reserva, Matos acabou por ter seu nome e seus títulos manchados no dia 30 de junho, quando se tornou o primeiro oficial quatro estrelas das Forças Armadas brasileiras preso por crime comum.

Foi fisgado na Operação Luxo, da Polícia Federal do Ceará, junto com os donos do estaleiro Inace (Indústria Naval do Ceará) e da empresa Marimar. Todos são acusados de integrar um esquema de importação ilegal de artigos subfaturados. O ponto de partida foi uma denúncia oferecida em 2006 pelo Ministério Público Federal do Ceará. Nela, Matos é acusado de receber de presente o Bucaneiro, um trawler (espécie de superiate), por intermediar ilegalmente negócios do Inace com a Marinha.

Naquele ano, o estaleiro fechou contratos no valor de R$ 103 milhões para construir navios-patrulha. Agora, a PF acusa o almirante de ajudar a fraudar licitações da Marinha e da Petrobras. Recentemente, ele trocou o Bucaneiro por outro barco, ainda maior, registrado em nome de sua empresa: é o Safira, embarcação de 75 pés (22,86 m), também fabricada pelo Inace, avaliada em R$ 3 milhões.

No esquema descoberto pela PF, as empresas importavam peças e equipamentos destinados à construção de embarcações civis e militares. Os contêineres transportavam também artigos supérfluos de luxo. Tudo era subfaturado. "Na nota fiscal falsa, um relógio importado por quatro mil euros aparecia como se tivesse sido adquirido por cerca de US$ 100", explicou o delegado da PF Cláudio Joventino, que coordenou as apurações. Dessa forma, as empresas enganavam a alfândega brasileira, que cobrava impostos com base em valores equivalentes a 5% do custo real, lançados nos documentos falsificados. (Defesa Brasil)


Nota do Chicão:

A dificuldade de dizer não ao que é errado é um traço cultural brasileiro.

Atinge militares, civis, homens, mulheres, jovens, velhos...

Dizer não ao que é errado e aprender a viver bem sendo 100% honesto é um desafio.

Nós podemos vencer este desafio como pessoas e ajudar o Brasil a melhorar fazendo parte de grupos que pregem e pratiquem a honestidade.

Certamente quando o ser humano for grato ele terá maiores facilidades em ser honesto. Pois quem cultiva a gratidão cultiva a satisfação. Este sabe valorizar o que tem e o que pode usufruir. Para quem é grato o que falta não é o centro da vida.



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Um comentário:

Anônimo disse...

Tudo isso passa também por que as Forças Armadas são uma Caixa Preta. Além do TCU, a fiscalização das contas das forças, mais amiúde, é feita não pela CGU e sim por órgãos dos militares compostos por militares. È a galinha sendo vigiada pelas raposas. Agora, o referido Almirante já era conhecido de longa data na Força pelas suas... Não surpreendeu ninguém. Agora, todo Darth Vader tem seus discípulos...