sábado, 5 de junho de 2010

Ruralistas pressionam financiadores de ONGs

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"Fustigados pela campanha de ONGs ambientalistas contra o processo de reforma do Código Florestal Brasileiro, parlamentares da bancada ruralista passaram a adotar a mesma estratégia dessas organizações de questionar financiadores do setor agropecuário no país.


Os ruralistas resolveram usar a tática de constranger empresas com relações próximas a ONGs ambientalistas. O contra-ataque incluiu um pedido, na semana passada, para a suspensão de um protocolo firmado pelo Banco do Brasil com o WWF-Brasil no fim de março.

Também foi aprovado relatório parcial de uma "mini CPI" da Comissão de Agricultura para investigar as relações do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) e o Greenpeace durante uma operação contra pecuaristas e frigoríficos no sul do Pará.

Antes, os ruralistas já tinham aprovado convites aos financiadores da ONG Fundação SOS Mata Atlântica para pressionar os ambientalistas a recuar em sua campanha "Exterminadores do Futuro", criada para brecar reformas no Código Florestal, em vigor desde 1965. Na lista, estão Bradesco, Volkswagen, Coca-Cola, Colgate-Palmolive e American Express. "Estamos tranquilos. Nossos programas estão mantidos e as empresas sabem o que nossa marca significa", diz o diretor da SOS, Mário Mantovani.

A ofensiva sobre o WWF-Brasil começou com a reunião de um grupo de deputados com dois diretores do BB para protestar contra os critérios que levaram à assinatura do compromisso com "uma ONG estrangeira" em detrimento de instituições públicas nacionais, como a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). "Queríamos saber o porquê de contratar ONGs estrangeiras para fazer um serviço que empresas nacionais como a Embrapa poderiam fornecer. Qual é o diferencial deles?", diz o presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária, deputado Valdir Colatto (PMDB-SC).

A ONG desenvolverá, em parceria com a Fundação Banco do Brasil e a Agência Nacional de Águas (ANA), programas de preservação de mananciais na agricultura e de reciclagem de lixo nas cidades.

Os ruralistas estiveram com os vice-presidentes de Agronegócio, Luís Carlos Guedes Pinto, e de Gestão de Pessoas e Desenvolvimento Sustentável, Robson Rocha. Deles, ouviram que foi assinado apenas um protocolo de intenções, e não um contrato.

Além disso, o BB informou que o WWF-Brasil, cujo quadro tem "gestores renomados, sérios e brasileiros", foi recomendado pelo Ministério do Meio Ambiente e pela ANA.

A situação é considerada delicada no banco porque os ruralistas têm força, coesão e são parte da bancada governista. A solução encontrada pelo banco foi abrir o convênio a outros parceiros, locais e nacionais, inclusive a Embrapa, nas cinco regiões do país. Consultado pela reportagem, o WWF-Brasil afirmou não ter sido informado pelo BB sobre o caso, preferindo não dar declarações.

Na "mini CPI" instalada na Câmara, os ruralistas miram o Greenpeace. Querem saber se o Ibama e a ONG agiram para quebrar o sigilo de pecuaristas e do frigorífico Bertin, acusado de comprar gado de áreas desmatadas. Um relatório do Greenpeace, batizado "A farra do boi na Amazônia", teria servido de base para a atuação do Ibama no sul do Pará, apontam os ruralistas.

Em seguida, o Ministério Público Federal acusou pecuaristas e frigoríficos de desmatar 157 mil hectares de floresta, o que teria gerado R$ 2 bilhões em prejuízos ambientais. "O produtor rural foi satanizado no Pará. A Comissão de Agricultura utilizará os mecanismos legais e regimentais para defender o setor rural brasileiro", afirmou o presidente da comissão, deputado Abelardo Lupion (DEM-PR).

Em defesa do setor, os ruralistas afirmam que as ONGs, sobretudo aquelas com matriz no exterior, têm usado a estratégia de questionar empréstimos de bancos internacionais e agências de fomento com o objetivo de bloquear a expansão do agronegócio no país. Listam como exemplo a oposição de ONGs à
concessão de crédito do IFC, braço de financiamento ao setor privado do Banco Mundial, a empreendimentos agrícolas e pecuários na Amazônia. "Se eles podem fazer isso, nós também podemos", afirmou o deputado Moacir Micheletto (PMDB-PR), presidente da Comissão Especial da reforma do Código Florestal.

Em 2004, as ONGs bloquearam um empréstimo de US$ 30 milhões ao Grupo André Maggi em razão da pressão liderada por WWF, Amigos da Terra e The Nature Conservancy (TNC).

Os ruralistas também reclamam de uma "pressão indevida" das ONGs para influenciar critérios de financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) a indústrias frigoríficas e usinas de etanol na Amazônia Legal.

Em 2007, as ONGs fizeram forte pressão contra a participação acionária de R$ 1,46 bilhão da BNDESPar no grupo JBS, à época chamado Friboi.

Valor Econômico

 
Nota do Chicão:
 
A maior vitória dos ruralistas foi a transformação da campanha "exterminadores do futuro" em uma merdinha.
 
O SOS Mata Atlântica prometeu dar os nomes dos deputados e senadores exterminadores. Com medo de perder as empresas que dão dinheiro para ela mudaram a campanha.
 
Segundo: você reparou os estados de origem dos deputados ruralistas que defendem os ruralistas da amazônia: Paraná e Santa Catarina. Porque estes caras tem tanto interesse na Amazônia?
 
Estas ONGs que defendem a ecologia e recebem dinheiro de empresas ficam com o rabo preso.
 
Já o WWF, o Greenpeace ou o ISA (instituto socio-ambiental) não precisam ficar com medo dos ruralistas.
 
 
 
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2 comentários:

Mauro Toshiuki disse...

Sou eleitor de esquerda, tenho preocupações ecológicas mas também não sou burro!!
Se o projeto para a regulamentação do uso do sólo for aprovado daquela forma vai ser uma tragédia para o campo e novamente os pequenos produtores serão prejudicados.
O projeto prejudica a todos, aos agricultores pois foi feito no sentido de favorecer os produtores europeus que não estão conseguindo competir nem mesmo com o subsídio governamental, aos consumidores pois encarecerá o preço com a diminuição da área plantada será necessário aumentar a tecnologia, a mecanização e o uso de defensivos agrícolas e aos habitantes das cidades pois pequeno produtor não tem condições de competir com os grandes em capacidade de adaptação às mudanças e muitos terão que vender suas terras e aumentar o contingente de favelados nas grandes cidades. Nunca se fez um censo para saber quantas dessas pessoas que moram nas favelas saíram do campo mas eu acredito que constituem a maioria.
Sou filho de um ex-agricultor de pequeno porte e sei do que falo, esse projeto é claramente mal intencionado.
Eu me pergunto que conservação ambiental se propõe criando vários recortes de matas de pequenas proporções sem nenhuma ligação entre si? Não seria mais útil algo como uma porcentagem de área contínua de cada município ou estado?
Porque não se copiar a solução de Nova York onde o estado paga metade do valor da área e o produtor assina um termo de responsabilidade onde se compromete a manter a área como reserva florestal? Mas aí se cairia de novo que uma área de poucos hectares seria inócuo do ponto de vista de preservação ambiental pois somente animais de pequeno porte sobreviveriam em áreas tão restritas.
Há ambientalistas sérios, mas também há ambientalistas que deixam sérias dúvidas sobre sua sanidade mental ou sobre qual o real propósito de sua luta. Não questiono o greenpeace,sos mata-atlântica ou qualquer outra ong em particular mas vejo com ressalvas alguns projetos e alguns dados lançados no ar pelos "cientistas".
Quem não deve não teme, por isso creio que para os ecologistas sérios seria uma boa vantagem que realmente houvesse uma ampla discussão e investigação para que fosse dirimida todas as dúvidas das pessoas, pois há pessoas sérias que têm sérias dúvidas sobre o assunto.
No Brasil há em todos os setores pessoas de bem, mas também há aqueles que defendem os interesses no mínimo obscuros e desses precisamos nos proteger.
Qualquer projeto sério tem que levar em conta que no Brasil há grandes, médios e pequenos proprietários de terra e que é necessário considerá-los de forma diferente e assistí-los de forma diferente na hora de transformações tão profundas na legislação.
A questão não é ser a favor ou contra da preservação ambiental, mas sim como e a que custo fazê-la.
E se o ônus deve ser todo do produtor rural ou deve ser compartilhado entre todas as pessoas que se aproveitaram da melhoria.É justo o produtor pagar o custo da preservação e todos se beneficiarem dessa preservação?
Porque só o solo rural deve ser regulamentado, porque a ocupação do solo urbano não tem a mesma regulamentação?
As enchentes, os desmoronamentos enfim os grandes problemas de ocupação do solo estão nas cidades e não no campo(obs. eu moro em São Paulo faz mais de 20 anos).
Tudo tinha que começar na grande São Paulo, na região da mata atlântica e nas margens do rio Tietê que deveria ter no mínimo 200 metros de margem com parque linear e cercado por aterros como nos rios Tonegawa ou Arasaki entre outros que passam por Tóquio no Japão.Haveria espaço para criação de campos de futebol, beisebol, golfe e áreas para outras formas de lazer.Tenho certeza que se o joio fosse separado do trigo as idéias seriam discutidas de forma mais equilibradas e mais justas para todos os lados e todos pagariam pelo que vão ganhar em vez de colocar os custos nas mãos de alguns e os benefícios nas mãos de outros. Você paga e eu levo não é um negócio da China?
Brasil, mostra sua cara que eu quero ver quem paga pra gente ficar assim.

Anônimo disse...

Antes q chegue por aqí tmbm, a reqentada lorota do seu Azenhenhém, da tal MOVUCA, deixo meu ponto de vista:

Me lembro q, logo q o sr Azenhenhém montou seu cyber boteco, torcamos email curtos, onde ele me perguntava se eu tinha blogue e se qeria participar do seu MOVUCA - noutras palavras, o mesmo q isso q ele propoe agora.

1 - Nao tenho blogue, mesmo participando de muitos, mesmo sendo convidado a fazer parte de muitos, mesmo já tendo participado de alguns.

2 - Nao concordo c/ essa pseudo iniciativa "progressista". Qem tem esses nomes, da nova centro direita brasieleira em seu elenco, nao vai ter meio apoio integral NUNQINHA da silva.

2 - Apoiarei qlqr iniciativa democrática mas, desde q seja definida como de esqerda antes de tudo.

3 - Discordo de qlqr iniciativa q, qerendo ou nao, cheira a "cadastro", seja ela a do seu Azerêdo, o papai Mensalao original, aqele q se tenta esconder, pois desnuda a trama macrabra: Tucanos + DEMos + Dantas ou do seu Azenehenhém, nova centro direita jornalística tupiniqim (como já disse).

4 - O melhor de tudo o q a net oferece, é a certeza ser a nova e livre - em tudo.

Essa txurma, é composta por ex Der Göbbels q, ao tomarem 1 pé na bunda, abrem cuyber boteco "independente" e se arvoram como qlqr coisa até nos atraírem, desde q passemos a ser sua nova "audiência", de preferencia, cativa.

Craro, Eduardo é bicao da festa, já q vive a tricotar c/ eles, e eu sempre detestei essa postura (já escreví isso a lá).

3 - Cabe entao, enfiar aí outro q eu nao engulo tmbm, Lui$$$ nAS$$$IF - outro brigadinho, no caso dele, c/ os tucanos de SP. Este é Aécio NEVER até o talo, e assumido.

Creio firmemente q, na 1ra oportunidade, essa cambada de oportunistas vai desancar a Dilma, como andaram fazendo contra Lula, há certo tempo atrás.

Resumo: tô fora, e vou ralar contra.

Inté,
Murilo