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O jornal O Estado de São Paulo não tem futuro.
Ou é vendido, ou vai à falência.
Um jornal sobrevive da sua credibilidade.
Quando começa a mentir, perde leitores (o Estadão foi o jornal que mais perdeu leitores ano passado).
A empresa deve muito mais do que o jornal vale.
Mentir passa a ser gestão temerária.
Acontece que se o jornal falir quem primeiro levará "cano" somos nós.
Com o INSS a dívida é milionária http://www.paulohenriqueamorim.com.br/?p=27680
Duvido que não haja mais dívidas com outros órgãos públicos.
Quanto mais passar o tempo mais difícil vai ficar a situação da empresa.
Não estou escrevendo que a situação dos atuais donos vai ficar pior.
Provavelmente não vai. Pois as leis são feitas para proteger o patrimônio destes caras.
Eles dão risadas de nós.
Leia a matéria abaixo e veja porque eles estão perdendo tantos leitores:
Universidade Federal do ABC – um projeto que já é realidade
No dia 5 de julho de 2006, ano de eleições presidenciais, o Estado de São Paulo publicou uma reportagem de título “Universidade do ABC fica no papel”. Nela, os leitores do jornal eram informados de que as aulas teriam início “em um prédio improvisado, pois o terreno cedido pela prefeitura de Santo André para virar campus ainda funciona como garagem municipal.”
Poucas semanas depois, no dia 14 de setembro do mesmo ano, o jornal publicou o editorial “Demagogia no ensino superior” em que, na mesma tecla, os leitores eram informados de que “a improvisação é tanta que a UFABC vem funcionando provisoriamente num prédio alugado.”
Dois dias depois o jornal publicava a carta resposta do Reitor Hermano Tavares, a qual registrava que “Iniciar as atividades acadêmicas de uma instituição nova em instalações provisórias é simplesmente a melhor prática. Foi o que fizeram ITA e Unicamp, para citar apenas dois exemplos. Absurdo seria começar construindo o prédio.”
Agora, em 2010, sintomaticamente mais um ano de eleições presidenciais, O Estado de São Paulo volta à carga contra a UFABC em editorial de 24 de fevereiro intitulado “As inaugurações de projetos”.
Nele, sempre com a mesma obsessão centrada nos prédios, os leitores são informados de que “as obras em Santo André estão atrasadas, tendo sido inaugurado, até agora, um único prédio”. Adiante, o mesmo editorial informa que a pedra fundamental do campus de São Bernardo do Campo foi lançada em agosto do ano passado, mas que “até hoje, a obra não passou disso.”. Informa ainda que “a taxa média de evasão foi de 42%” e cita uma frase do Reitor Helio Waldman “Há uma certa lentidão crônica, cuja origem não saberia reconhecer”, frase que o editorial associa ao problema da evasão e qualifica de “afirmação exemplar, pois mostra o saldo das inaugurações de projetos que continuam sendo projetos”.
Com relação a cada um dos aspectos acima, cumpre registrar:
O “único prédio” a que se refere o editorial é uma torre de 11 andares que tem 14 mil metros de área construída. Com quase 90% das obras concluídas, o próximo bloco a ser entregue agregará ao campus mais 40 mil metros de área construída.
A afirmação de que a obra de São Bernardo do Campo nunca passou do lançamento da pedra fundamental é simplesmente falsa. As licitações de terraplenagem do terreno e da construção do “primeiro prédio” foram concluídas no 2º semestre de 2009, dentro do previsto, e as duas obras já foram iniciadas, como pode ser constatado por uma simples visita ao local.
A informação de que “a taxa média de evasão foi de 42%” parte de uma conta precária, para dizer o mínimo, como explica a carta do Reitor Helio Waldman publicada na mesma edição de 24 de fevereiro do referido jornal e ignorada pelo editorial.
Finalmente, a frase citada do Reitor é colocada completamente fora de contexto, já que ela foi pronunciada em referência às obras de Santo André. Não há nela, portanto, qualquer indício de concordância com a opinião de que a UFABC seja um “projeto que continua projeto”.
E ilustramos, com brevidade:
Fosse apenas “um projeto que continua projeto”, a UFABC não poderia registrar que com menos de três anos e meio de atividades ela já conta com mais de 400 docentes em regime de dedicação exclusiva, todos eles doutores – fato inédito no ensino superior público federal – que compõem um conjunto de jovens talentos com reconhecimento crescente no meio científico nacional a partir de conquistas como esta: em 2009, a UFABC foi a 3ª demandante de novos projetos de pesquisa junto à FAPESP, atrás apenas da USP e da Unicamp e à frente de todas as outras instituições públicas e privadas do Estado de São Paulo.
Fosse apenas “um projeto que continua projeto”, a UFABC não teria os 10 cursos de pós-graduação stricto sensu recomendados pela CAPES, sendo seis em nível de mestrado e quatro de doutorado, todos eles em pleno funcionamento, com cerca de 300 alunos regularmente matriculados e com 30 dissertações de mestrado já defendidas com sucesso.
Fosse ainda “um projeto que continua projeto” a UFABC não poderia registrar que conta com mais de 2.600 alunos de graduação que, até quatro anos atrás, não tinham onde fazer um curso público, gratuito e de qualidade. Ou que a eles se juntarão, nas próximas semanas, mais 1.700 jovens que conquistaram uma vaga em um processo seletivo de âmbito nacional, no qual o Bacharelado em Ciência e Tecnologia da UFABC, com quase 20 mil candidatos apenas na primeira etapa das inscrições, figurou em primeiro lugar na lista de procura dos estudantes que participaram do Sistema de Seleção Unificada do MEC.
A UFABC conta com um projeto pedagógico que é, de fato, ousado, pioneiro e inovador. Sua implantação vem sendo atentamente observada por educadores do Brasil todo, os quais acreditam que ele possa dar contribuição significativa ao ensino superior nacional. Tratá-lo com desdém e ironia, sem entrar no seu mérito, é miopia, como foi a posição adotada pelos que, nos anos 1950, não queriam a criação do ITA com base no famoso bordão “um país que não sabe fabricar bicicletas não pode se arvorar a ambição de fabricar aviões”. Ou mesmo dos que, nos anos 1930, faziam restrições à criação da USP e sua Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras, uma ousada inovação para o ambiente acanhado da época. Hoje, um ano de faturamento da Embraer corresponde a vários séculos de orçamento do ITA, e a USP figura entre as 200 melhores Universidades do mundo.
Os riscos em empreendimentos desse porte são consideráveis. Admitimos nossos problemas. Reconhecemos que algumas obras atrasaram, mas estamos lutando para concluí-las, em parceria e com o apoio do MEC. Cada nova turma de alunos da UFABC encontrou melhores instalações físicas do que a turma que a precedeu, tendência que será mantida neste e nos próximos anos. A evasão, também em parte decorrente do medo do novo, é um problema grande a ser combatido. Há que se registrar, todavia, que os indicadores apontam para sua queda.
A UFABC é uma instituição de ensino superior que pratica os melhores valores acadêmicos. Nesse contexto, estaremos sempre abertos ao diálogo e à crítica, inclusive a destrutiva, histérica, míope ou de mau gosto. Mas não podemos permanecer calados diante da crítica vilipendiosa.
Em 2006, o Estadão afirmou que a UFABC não sairia do papel, o que não era verdade. Em 2010, ele diz que a UFABC não passa de um projeto, o que não é verdade. Qual será a nossa maldição de 2014?
Helio Waldman
Reitor da Universidade Federal do ABC
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