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Um dos grandes desafios de políticas públicas, é como montar um modelo federativo de articulação de políticas de educação entre União, Estados e Municípios.
Esse é um dos grandes desafios de políticas públicas universalistas em país continental, pois há que se montar uma comunidade tal – como na Saúde – que garanta a continuidade das políticas independentemente das autoridades e dos partidos de plantão.
Mas, segundo o Ministro da Educação Fernando Haddad, o setor de Educação conseguiu finalmente criar essa solidariedade.
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O primeiro passo foi a redefinição das políticas para o setor. Na gestão Paulo Renato, se utilizava a tese do “cobertor curto” para não atacar o problema das universidades públicas. Criou-se o falso mito de que todo investimento deveria ser apenas no ensino básico.
O Fundeb (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação) destinava-se a apoiar apenas o ensino fundamental. O Fundef ampliou para o curso médio. As verbas saltaram de R$ 500 milhões para R$ 5 bilhões.
Até então, o ensino médio não dispunha de livro didático, transporte e alimentação escolar. Até 2005, 7,8 milhões de alunos não recebiam livros didáticos.
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Hoje em dia, a Rede Federal de Educação Profissional, que estava em 130 municípios, chega em 350. As Universidades chegam a mais de 200. A Universidade Aberta do Brasil atinge 600 municípios em cursos à distância semi-presencial.
As Universidades Federais já assumiram a incumbência de fornecerem educação continuada para os professores do ensino médio.
Enfim, uma série de iniciativas que, aparentemente, rompeu com o modo tradicional de enxergar educação – por parte do próprio setor.
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O ponto central desse trabalho de coordenação é o Plano de Ações Articuladas, para a rede escolar – tanto estadual quanto municipal -, e o Plano de Desenvolvimento da Escola, para cada escola.
Todo sistema está interligado pela Internet. São 5.890 municípios.
O conjunto é monitorado pelo IDEB (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) que aplica provas em todo o país. A partir das provas, são identificados aquelas redes e escolas abaixo da média. Na última avaliação, foram 1.800 redes e 27 mil escolas.
A partir daí, os gestores de educação são instados a preencherem relatórios, para que se possa ter um diagnóstico da sua região – tudo pela Internet. Nesse diagnóstico, são identificados seus problemas e a lista de itens financiáveis para sua escola.
O MEC compatibiliza diagnóstico com demanda e passa a financiar um conjunto de ações. Todo o relacionamento se dá pela Internet. Consultores do MEC conversam com os gestores, trocam ideias, aconselham até se chegar às demandas necessárias.
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Esse monitoramento é amarrado às metas de qualidade. Em uma escala de 0 a 10, a média brasileira medida pelo IDEB estava em 3,5% em 2001. Agora, em 4,2. A meta é chegar em 6 (média dos países da OCDE) até 2022, ano do bicentenário da Independência.
Importante: todas autoridades da área, na União, Estados e Municípios, subscreveram esse pacto.
Do Blog do Luis Nassif
Nota do Chicão:
O Nassif esqueceu de duas ações fantásticas do MEC: livros didáticos para deficientes visuais e livros didáticos adaptados as realidades de áreas geográficas específicas do Brasil.
Um bom avanço.
Mas, se não for acompanhado por mais exigência aos alunos e aos professores será um tiro na água.
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Mensagem da noite
Há 2 dias
Um comentário:
Caro Chicão
Acho que primeiro teriam que acertar um planejamento único, centralizado, igual o que está ocorrendo em SP, só se isso já está acontecendo na federação e eu não esteja a par.Segundo, são inúmeros os livros e mesmo para a mesma série. No caso de São Paulo, é um desperdício de dinheiro, as apostilas não batem com os livros, tem muita coisa errada, não só nas apostilas, mas como elas são entregues sem nenhum trabalhos com os professores antes, teria que haver uma sincronia entre apostilas e os livros, ainda considerando SP. Os alunos não levam os livros, pesam muito, segundo eles.
Entendo ser dinheiro jogado fora, dentro desse esquema, tanto estadual como federal.
Saudações
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