segunda-feira, 9 de junho de 2008

Não é fácil combater os poluidores e os destruidores

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No Brasil há uma ampla aliança econômica-política-criminosa que sustenta os interesses dos grileiros desmatadores e dos proprietários desmatadores.

Infelizmente não é somente no Brasil que setores atrasados resistem às leis ecológicas e se aliam a outros setores atrasados. Nos EUA também acontece o mesmo.

Empresas ineficientes se aliam a consumidores que querem continuar usando carros super-gastadores de gasolina. Estes se aliam a produtores rurais que precisam de subsídio, que se aliam a especuladores imobiliários que querem invadir áreas com restrição de construção. E por aí vai.

É uma ampla coalisão do “QUEREMOS QUE TUDO CONTINUE DO MESMO JEITO”.

No Brasil a imprensa que tem interesse em manter privilégios fiscais e não quer a limitação da publicidade de produtos que façam mal à nossa saúde (querem dinheiro) se alia aos grileiros que querem ser donos do que é do Brasil (nossa território). Estes se aliam a empresários que querem reduzir os direitos dos trabalhadores e não querem leis ambientais rígidas. Todos se aliam a uma direita histérica que fica procurando comunista debaixo da cama, que se alia a corruptos que não querem a transparência pública. Que se aliam todos a políticos que querem se eleger a qualquer custo. E por aí vai.

É a aliança do QUEREMOS QUE TUDO CONTINUE DO MESMO JEITO”.

Tanto lá como aqui, observamos uma das características da sociedade democrática moderna: a constituição de alianças de interesse para conseguir a aprovação de leis, regras e normas do interesses destes grupos políticos-econômicos.

É uma ilusão achar que os poluidores, desmatadores, grileiros, etc. conseguem seu poder sem o apoio de outros setores da sociedade.

Aliás, no caso do desmatamento é importante lembrar que a maior parte da madeira da Amazônia é consumida em São Paulo. A sua volta existem muitos beneficiários do desmatamento.

Leia o texto abaixo:


Senado dos EUA derruba lei antipoluição

Projeto vetado limitaria emissões de gás carbônico do país, principal culpado pelo aquecimento global
CLAUDIO ANGELO EDITOR DE CIÊNCIA

A última esperança de ver os Estados Unidos tomarem alguma providência contra a mudança climática antes de o próximo presidente assumir foi sepultada na sexta-feira. Os republicanos no Senado americano vetaram o projeto de lei que limitaria as emissões de gases de efeito estufa no país que mais polui o planeta.

A lei foi proposta pelos senadores democratas Barbara Boxer e Joe Lieberman e pelo republicano John Warner. Ela criaria um sistema de comércio de emissões no país, forçando empresas que emitissem acima da cota a comprar créditos de carbono das que tivessem conseguido exceder a meta de redução de CO2.

Após três dias de discussões sobre o projeto no Senado, os democratas quiseram colocar a lei em votação final, uma moção que precisaria de 60 votos para ser aprovada. Apenas 48 senadores votaram a favor, o que joga para o ano que vem a discussão da medida.

Críticos da legislação, entre eles vários senadores republicanos, disseram que a lei aumentaria o preço da energia nos EUA, incluindo o preço do petróleo. E não há tema mais sensível no momento: com o preço da gasolina numa alta recorde e o desemprego em ascensão em pleno ano eleitoral, falar em aumento do valor dos combustíveis é suicida, na visão de vários parlamentares.

Mas a lei também tem críticos do outro lado do espectro político. Para estes, a proposta permitiria a algumas indústrias prosperar, forçando ao mesmo tempo o americano médio a pagar mais pela energia.

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