quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Para refletir: funcionários públicos e investimento

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A tática dos jornais conservadores é colar no governo Lula a pecha de gastador. Mesmo ele tendo diminuído a relação dívida/PIB, aumentado o superávit primário e feito poupança de mais de 200 bilhões de dólares.

O ataque tem sido feito através dos aumentos de salários e do número de funcionários públicos.

O jornal Estado de SP publicou um editorial mostrando que o número de funcionários das estatais subiu 15,2% de 2003 até 2008 (de 381.911 para 439.802). O mesmo texto diz o motivo principal: "a expansão do emprego no setor estatal tem sido justificada, em parte,como conseqüência da substituição de pessoal terceirizado e como reflexo do crescimento econômico". Explico: nos anos FHC para as estatísticas sobre o número de empregados das estatais ficarem melhores usava-se um truque: contratava empresas que forneciam a mão de obra. É a terceirização, um bom negócio para a turma do FHC/PSDB/DEM.

Muitas empresas se sairam muito bem. O Brasil se saiu mal. Na Petrobrás estas terceirizações sem controle e o relaxo na manutenção das unidades começou a causar um acidente atrás do outro (observem como hoje estes acidentes são bem mais raros). Traduzindo: a turma do PSDB colocou para trabalhar gente despreparada e pagou BILHÕES para empresas "amigas".

A justiça determinou que fosse feito concurso público para preenchimento das vagas que eram ocupadas por terceiros.

TRADUZINDO: O TOTAL DE PESSOAL TRABALHANDO PARA AS ESTATAIS TEVE APENAS UM LEVE CRESCIMENTO. - lembre que estas empresas estão investindo e crescendo.

Preste atenção: o BNDES emprestava no governo FHC em torno de 23 bilhões de reais. Hoje empresta quase 90 bilhões de reais. Um ganho de produtividade imenso se você imaginar que houve um pequeno aumento no quadro de funcionários. Um ganho de produtividade maior ainda se você imaginar que hoje o banco empresta muito mais para pequenas empresas (o que gera mais trabalho pois são mais contratos de valores mais baixos).

O texto do jornal, depois de colocar o problema da terceirização (sem explicar suas conseqüências) gasta quase todo o texto querendo desdizer o que disse. Entendeu? É o seguinte: passa a dar vários exemplos para negativizar a realidade (as empresas citadas não tem o direito de defesa).

Vou citar um exemplo: fala de uma empresa que contratou funcionários mesmo tendo prejuízo. Na realidade a empresa dá subssídio à energia elétrica na amazônia. Provavelmente fez isto nos últimos 40 anos (não sei a data certa). Ou seja, ela presta um serviço público e necessário. Traduzindo: o "prejuízo" da empresa não tem nada a ver com a prestação de serviço.

Sobre a Caixa Econômica Federal - o texto diz que a empresa aumentou seu quadro de funcionários em 30,6% (de 57.382 para 74.949). Não conta que a CEF estava sendo sucateada no governo anterior, com a finalidade de fazer propaganda contra o serviço público. Qualquer papél que alguém precisava, uma simples liberação de FGTS, era um suplício.

A tática da direita conservadora era destruir o serviço público para poder falar mal dele.

O jornal não fala do quanto a CEF melhorou no que é fundamental: qualidade e confiabilidade da prestação de serviço. Outro fator importante que não é levado em consideração: o total do financiamento habitacional MUITO, MAS MUITO MAIOR DO QUE ERA no governo da oposição.

Volto a dizer que no Brasil a produtividade dos funcionários públicos é baixa. Os processos gerenciais são atrasados e confusos. Existe muito a ser melhorado. Existem funcionários que são verdadeiros trastes. Tudo isto é verdade.

Não se iludam: a idéia básica dos conservadores é destruir sempre para eles terem mais poder e dinheiro.



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Um comentário:

Anônimo disse...

É verdade Chicão. O povo brasileiro acostumou, devido aos governos anteriores (militar e neo-liberais) a associar funcionalismo público com ociosidade (cabide de empregos) e se esquecem de alguns fatores:
1º Funcionalismo público engloba funcionários do Executivo, Legislativo e Judiciário.
2º O País cresceu vertiginosamente neste governo e houve a nescessidade de contratar novos funcionários em setores deficitários como Embrapa, Ibama, Polícia Federal e outros orgãos de vital importâcia para a nação que nos governos anteriores estavam sendo sucateados (vide exemplo do professorado e policia de SP governado pelo PSDB).
3º Existe uma grande diferença entre gastar conciente e em favor de toda a coletividade de sucatear o estado e as estatais com falta de investimento, arrochos salarias e de pessoal para depois poder vender aos amigos uma empresa com valor de mercado de no mínimo 90 bilhoes de dolares por 3,3 bilhões como foi o caso da Vale do Rio Doce.